Há dois meses, o Parque Estadual Guajará-Mirim, uma das maiores unidades de conservação de Rondônia, sofre com incêndios criminosos que já destruíram 33% de sua vegetação, equivalente a 73 mil campos de futebol. O parque, que possui 216 mil hectares de floresta protegida, enfrenta seu maior registro de queimadas, contribuindo para que Rondônia atinja os piores índices de incêndios dos últimos 14 anos.
As investigações indicam que os incêndios são uma retaliação às operações de desocupação realizadas pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) e outras forças, como a Operação Mapinguari. O cenário é descrito como de guerra, com armadilhas e até emboscadas contra brigadistas, dificultando o combate às chamas.
Apesar dos esforços iniciais, a resposta ao fogo foi considerada insuficiente, agravando a situação. Apenas recentemente, quase dois meses após o início dos incêndios, o governo estadual solicitou apoio aéreo ao governo federal. Uma força-tarefa com mais de 200 agentes foi organizada para combater as chamas e identificar os responsáveis pelos incêndios. A ação coordenada tem obtido progressos, controlando duas das três grandes frentes de fogo no parque.
Este ano, Rondônia já registrou 7.282 focos de incêndio, o maior número em 14 anos, em meio a uma estiagem severa e níveis críticos do rio Madeira.