sexta-feira, 26 de julho de 2024
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RO fraudou número de vagas de UTI para evitar decreto de isolamento, diz MP

O governo de Rondônia incluiu leitos clínicos e de UTI (unidades de terapia intensiva) inativos em relatórios diários de ocupação de hospitais com pacientes com covid-19 durante os meses de dezembro e janeiro. O objetivo teria sido o de evitar que, por falta de leitos, o estado fosse obrigado a decretar medidas de isolamento social mais rígidas. Hoje, Porto Velho enfrenta um colapso na saúde pública pelo excesso de casos e precisa transferir pacientes por falta de vagas em unidades.

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A denúncia foi feita pelo MP (Ministério Público) estadual, que inicia hoje um inquérito civil público para aprofundar as investigações e apontar os responsáveis pela inclusão dos números nos documentos. O UOL procurou ontem, no fim da tarde, o governo de Rondônia para que se posicionasse sobre a apuração, mas até o momento não obteve retorno. Se enviado, seu posicionamento será publicado. Os dados incluídos nos relatórios se referem a 30 leitos de UTI e 23 clínicos do Hospital de Campanha da Zona Leste, que foi desativado em 14 de outubro, ao fim da primeira fase da pandemia. No local, hoje, até existem camas e equipamentos, mas não há médicos para abrir os leitos aos pacientes. Para poder camuflar os dados do relatório eles continuavam lançando esses leitos, mesmo estando inativos. E não só estavam inativos, como não havia nem sequer a possibilidade de ativá-los a qualquer momento por absoluta falta de profissionais médicos.”

m vídeo divulgado ontem pela assessoria de imprensa, o secretário de Estado da Saúde, Fernando Máximo, confirma —sem citar local— que possui leitos que não podem ser operados por falta de profissionais. “Seguimos aguardando médicos, porque temos leitos de UTI prontos com todos os equipamentos e demais profissionais aguardando somente os médicos”, afirma. Estado entrou em colapso Sem medidas de isolamento mais rígidas entre dezembro e janeiro, o estado viu o número de casos crescer e enfrenta hoje um colapso na rede pública de saúde. Há ainda fila de espera de pacientes, que aguardam uma vaga em um hospital para iniciar o tratamento.

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“As adulterações já evidenciadas fizeram com que perdêssemos tempo precioso para nos prepararmos para o pior”, afirma Guimarães. O promotor explica que, logo que assumiu as promotorias de saúde no dia 20 de dezembro, detectou que os relatórios diários apontavam mais leitos do que a rede possuía. A partir daí, o MP iniciou um monitoramento dessas divulgações. Guimarães conta que, no dia 1º, teve uma “segunda evidência” de que a fraude no número de leitos estava ocorrendo. “O promotor de plantão detectou duas ou três pessoas na fila de espera na madrugada, sendo que no relatório diário apontava a existência de 15 leitos vagos. Foi quando eu conversei com o secretário [de Saúde, Fernando Máximo] e falei: ‘Olha, tem alguma discrepância aí. Os leitos que os senhores indicam no relatório diário não estão coincidentes com a realidade.’ Eu inclusive o alertei da consequência do crime de falsidade ideológica. Eles estavam adulterando um relatório que poderia levar, de uma hora para outra, o nosso estado a uma situação caótica, a exemplo de Manaus”, diz.

Fonte: Uol

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