Porto Velho, RO – Apesar da condenação consagrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-governador Ivo Cassol, do Progressistas, antigo PP, é, ainda, figura bastante aclamada por fração significativa do eleitorado regional.
Prova disto são as reações positivas ao seu nome em todas as veiculações deste jornalístico virtual em menções relacionadas ao pleito vindouro, qual seja, 2022.
Na outra ponta, a despeito dos esforços no sentido de reforçar o maniqueísmo brazuca usando o bolsonarismo de escada, o senador Marcos Rogério, do DEM, governista acintoso dentro da CPI da Pandemia, pode até realizar a primeira etapa de suas motivações com sucesso.
Ela seria, para todos os efeitos, sacar o atual governador Coronel Marcos Rocha, sem partido, do campo de visão do presidente da República Jair Bolsonaro, e assumir o lugar em sua preferência como postulante do Alvorada ao Palácio Rio Madeira.
Todas as suas ações recentes sugerem essa via como realidade mais aproximada de acordo com os fatos desenrolados mês após mês.
Uma visão arriscada e que certamente subestima a relação quase íntima entre os militares, no caso, Rocha e Bolsonaro, porém, obviamente, não deixa de ser uma jogada válida dentro do metiê.
Com uma população fácil de manipular, bastando para isso apenas alguns acenos em defesa do governo federal – e nada mais –, Rogério praticamente conseguiu fazê-la esquecer de sua ação visceral contra a CPI da Lava Toga em 2019, quando agiu como coveiro desta fulminando a possibilidade de instalação já no nascedouro, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
À época, Renan Calheiros (MDB-AL) e ele lutaram pelo mesmo objetivo: evitar que o STF fosse investigado institucionalmente pelo Senado Federal: com isso, a dupla contribuiu sobremaneira para este festival de decisões absurdas, inconstitucionais, além de conservar a impunidade de alguns ministros ainda intocáveis.
RELEMBRE
Atualmente, em polos distintos, o circo brasiliense coloca Marcos Rogério como atração principal no picadeiro, espécie de herói tupiniquim, defendendo o indefensável ainda que o congressista tenha plena convicção de que há meios próprios para investigar especificamente a aplicação de recursos federais por parte de estados e municípios.
Para estes e outros fins servem as assembleias legislativas, câmaras municipais e tribunais de contas.
Entretanto, faz parte do show do demista fingir-se de morto para ganhar sapato novo.
Agora, ainda que seja exitoso em suas empreitadas paralelas, é bom lembrar o seguinte: primeiro, o chefe do Executivo estadual irá à reeleição com o poder da máquina pública; e, além deste, existem nomes muito fortes como o do deputado federal Léo Moraes, do Podemos, e até do próprio prefeito de Porto Velho Hildon Chaves, do PSDB.
Esse já seria um panorama desfavorável a um aventureiro Marcos Rogério escorado apenas no ombro do presidente: agora, se Ivo Cassol realmente for candidato e a Justiça lhe conferir o passe para tal, bom, aí a situação piora de vez para o lado do senador.
Independentemente da opinião do Rondônia Dinâmica a respeito dessa eventual candidatura, a verdade nua e crua esboça que, se detiver as credenciais postulatórias, Cassol será a pedra na botina da grande maioria entre seus adversários, a água que caiu no chope.
E o tempo passa rápido. Outubro [provável mês do primeiro turno] de 2022 é logo ali…
E é ver para crer.