O rio Madeira atingiu um nível alarmante de apenas 1,02 metro na madrugada desta terça-feira (03) em Porto Velho, a menor cota já registrada desde o início do monitoramento em 1967, segundo dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB). Este é o terceiro ano consecutivo em que o rio registra níveis historicamente baixos, superando as marcas de 2023 e 2022, quando as cotas mínimas foram de 1,09 metro e 1,44 metro, respectivamente.
A situação é agravada pela seca prolongada na região, onde Porto Velho enfrenta três meses sem chuvas significativas. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a última precipitação considerável ocorreu em 25 de maio. O fenômeno El Niño e o aquecimento anormal do Oceano Atlântico Norte estão sendo apontados como os principais responsáveis pela escassez de chuvas, inibindo a formação de nuvens e atrasando o início da estação chuvosa.
O Sistema Integrado de Monitoramento e Alerta Hidrometeorológica (SipamHidro) ressalta que o Rio Madeira deveria estar com um nível em torno de 3,80 metros nesta época do ano, evidenciando uma discrepância de quase três metros abaixo do esperado. Esse cenário crítico tem causado sérios impactos, especialmente para os ribeirinhos do Médio Madeira, que dependem de poços amazônicos agora secos devido à estiagem.
A Defesa Civil Municipal alerta que a falta de água tem deixado essas comunidades em uma situação de vulnerabilidade extrema. As autoridades seguem monitorando a situação e buscam alternativas para mitigar os efeitos da seca prolongada na região.