Ednaldo Rodrigues foi afastado, nesta quinta-feira (7/12), do cargo de presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). José Perdiz, presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), assume o cargo de maneira provisória e uma nova eleição ocorrerá em 30 dias. A CBF deve entrar com recurso.
Entenda o que motivou a retirada de Rodrigues da presidência da entidade:
O MP do Rio de Janeiro moveu, em 2018, uma ação contra a CBF por entender que o estatuto da entidade não estava em acordo com a Lei Pelé. A norma previa peso igualitário entre federações e clubes de futebol. Porém, em meio ao processo, o então presidente da Confederação, Rogério Caboclo, foi afastado do cargo por denúncias de assédio sexual.
Ednaldo Rodrigues, que era vice-presidente à época, assumiu como interino e negociou o TAC com o MPRJ. A eleição de Caboclo foi anulada, outro pleito foi marcado, e o próprio Ednaldo acabou eleito presidente da entidade.
O questionamento dos demais vices que integravam a gestão de Caboclo é que eles não foram consultados sobre o acordo e que foram prejudicados em seu desdobramento, já que também precisaram deixar seus cargos. Além disso, alegam que o juízo de primeiro grau não tinha competência para homologar o acordo.
Briga política preocupa Fifa
A Fifa vê com preocupação o afastamento de Ednaldo. Isso afetaria não só a candidatura do Brasil como sede da Copa do Mundo de Futebol Feminino, em 2027, como também provocaria a suspensão de equipes em competições como o Mundial de Clubes e a Libertadores.
Neste caso, a participação do Fluminense, campeão da Libertadores 2023, seria prejudicada. O tricolor disputa o torneio a partir do dia 12 de dezembro.
Na última semana, Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero, dois ex-presidentes da CBF, iniciaram um movimento cujo objetivo era afastar Ednaldo Rodrigues do comando da Confederação.
A intenção dos ex-presidentes da entidade, porém, era de anular a eleição do atual mandatário e indicar um interventor.A briga política chegou ao conhecimento da Fifa. A entidade máxima do futebol mundial emitiu um comunicado à CBF. A Federação Internacional reafirmou que os filiados devem resolver suas pendências sem a interferência de terceiros e que o descumprimento pode gerar suspensões aos respectivos membros.