Os bancários do Banco do Brasil em Rondônia participaram da greve de 24 horas (aprovada na assembleia geral virtual da última sexta-feira, 6/2), e protestaram, na manhã desta quarta-feira, 10/2, contra a postura intransigente da direção nacional do banco, que se nega a negociar, com os representantes sindicais, os termos da famigerada reestruturação que, já a partir de hoje, retira a gratificação de função de todos os funcionários que exercem a função de caixa.
Anunciado pela direção do banco em 11 de janeiro, o processo de reestruturação prevê a demissão de mais de cinco mil funcionários e o fechamento de 112 agências, 242 postos de atendimento e sete escritórios em todo país.
O movimento sindical tentou dialogar com a direção nacional do BB para negociar os termos da reestruturação, mas o banco se negou. Representantes da Contraf-CUT, federações e sindicatos tiveram então que apelar para o Ministério Público do Trabalho (MPT), que está, desde a segunda-feira, mediando uma mesa de negociação entre os representantes dos trabalhadores e representantes do banco.
o Banco do Brasil não aceita retirar as condições da reestruturação e apresentar alguma proposta. Na primeira parte da reunião de ontem (9/2), o banco havia apresentado uma proposta de prorrogação de 30 dias no processo de retirada da gratificação dos caixas, mas condicionou a proposta à assinatura por todas as entidades do acordo de compensação de horas em decorrência da pandemia e do Acordo de Comissão de Conciliação Prévia (CCP), ambos já em negociação com a Contraf-CUT. O banco também exigia a retirada de ações judiciais em andamento contra o banco. A Contraf-CUT recusou a proposta e, depois disso, houve um intervalo nas negociações.
Para José Pinheiro, presidente do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO), a única finalidade de mais este processo de reestruturação é enfraquecer, desmontar e diminuir o Banco do Brasil para depois vendê-lo aos rentistas “a preço de banana”, e essa intenção ficou bem clara já no ano passado, quando o ministro Paulo Guedes (que é banqueiro), falou a infausta frase ‘Temos que vender a p… do Banco do Brasil’.
“São mais de cinco mil colegas postos para a rua, pois ninguém que faz concurso público para os bancos tem a intenção de interromper sua carreira pela metade. E a partir de hoje milhares de colegas na função de caixa terão seus salários reduzidos. E aqueles que não se mobilizaram, achando que estão a salvo, logo serão os próximos a serem massacrados pela sanha deste governo em extinguir postos de trabalho e diminuir este banco tão importante para a sociedade em geral para depois privatizá-lo. Não podemos nos acovardar. Precisamos defender o Banco do Brasil e seus funcionários, principalmente num momento de tamanha crise e de ataques sucessivos e incessantes às empresas públicas, que pertencem ao povo. A privatização do Banco do Brasil trará prejuízos enormes para o funcionalismo, mas muito mais para a população”, enfatizou Cleiton.
Fonte: Seeb-RO