O governo de São Paulo anunciou, nesta terça-feira (30/9), a criação de um gabinete de crise para enfrentar a série de casos de intoxicação causados por bebidas alcoólicas adulteradas com metanol no estado. A decisão foi comunicada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes.
De acordo com Tarcísio, já foram contabilizados 22 registros, sendo 17 suspeitos e 5 confirmados. Entre eles, cinco resultaram em morte, das quais quatro ainda estão sob investigação e uma foi confirmada como decorrente de ingestão de metanol.
O gabinete terá três principais linhas de ação: interdição de estabelecimentos suspeitos de comercializar bebidas adulteradas, abertura de canais de denúncia — incluindo o Procon — e fortalecimento da rede de saúde para o atendimento de vítimas.
O secretário estadual da Saúde, Eleuses Paiva, explicou que os hospitais do estado já dispõem do antídoto para intoxicação por metanol e reforçou a importância de procurar assistência médica ao identificar sintomas como dor abdominal, náuseas e vômitos. “O atendimento rápido faz diferença no tratamento e também ajuda no monitoramento dos casos”, destacou.
Durante a coletiva, o governador negou qualquer ligação dos episódios com a atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC), apesar de especulações. “Tudo o que acontece agora em SP é PCC. Não tem evidência nenhuma de participação do crime organizado nisso”, afirmou Tarcísio.
Na segunda-feira (29/9), a Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) havia levantado a hipótese de que o metanol utilizado nas adulterações teria sido importado ilegalmente pelo grupo criminoso, mas o governo descarta essa relação até o momento.