A hidrovia do Rio Madeira, uma das principais rotas de transporte do Norte do país, está incluída no pacote de investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e nos estudos para possível concessão à iniciativa privada. A hidrovia do Rio Tocantins também integra a lista.
Com início em Porto Velho e extensão navegável de 1.060 km até Itacoatiara (AM), o Rio Madeira é considerado estratégico para o escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste, especialmente soja, milho e açúcar vindos de Mato Grosso e Rondônia.
Após percorrer cerca de 800 km pela BR-364, a carga chega ao porto de Porto Velho para seguir pelo rio. Além do transporte de grãos, a hidrovia movimenta passageiros e cargas que não podem ser transportadas pela BR-319 até Manaus (AM).
Dados do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), com base no Mapa Interativo das Infraestruturas de Transporte, mostram que os principais rios amazônicos estão no radar do governo.
Entre as medidas previstas estão: estudos de concessão das hidrovias do Madeira e Tocantins, monitoramento e sinalização dos rios Madeira, Tapajós e Tocantins, além de dragagem e derrocagem para ampliar a navegabilidade.
O governo também aposta na integração entre hidrovias e ferrovias para impulsionar as exportações brasileiras. Desde 2023, foram abertos 403 novos mercados internacionais para produtos nacionais, sendo 62 em 2023, 91 em 2024 e 254 somente até agosto deste ano, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária.
A expectativa é que a demanda por infraestrutura cresça ainda mais. Projeções do Ministério dos Transportes, divulgadas na consulta pública do Plano Nacional de Logística, indicam que, até 2050, a produção agrícola da Amazônia Legal pode quase dobrar no caso da soja (de 50 para 95 milhões de toneladas) e triplicar no caso do milho (de 47 para 133 milhões).
Se confirmadas, essas projeções colocam a hidrovia do Madeira no centro da estratégia para escoamento da safra e ampliação da competitividade brasileira no mercado externo.
*Com informações do Rondoniaovivo