Nesta sexta-feira, 6 de setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou a decisão de demitir o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, após a ONG Me Too Brasil divulgar denúncias de assédio sexual contra o ex-ministro. A notícia gerou grande repercussão no governo, e Almeida, até o momento, tem negado todas as acusações.
Em meio à crise, a secretária-executiva do ministério, Rita Cristina de Oliveira, que integrava a equipe de Almeida, também entregou seu cargo, aumentando ainda mais a tensão no ministério.
Uma das supostas vítimas do assédio seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Apesar de não ter se manifestado publicamente até o momento, Anielle foi ouvida por ministros do governo em reunião realizada nesta manhã.
Diante das denúncias, Silvio Almeida se pronunciou nas redes sociais por meio de uma nota oficial e de um vídeo, onde declarou ser alvo de acusações infundadas, sem a devida comprovação. Além disso, ele acionou a Justiça, pedindo à ONG Me Too Brasil que forneça esclarecimentos no prazo de 48 horas, por meio da Vara Criminal da Circunscrição Judiciária de Brasília do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TUDFT). A Polícia Federal, representada por seu diretor-geral, Andrei Rodrigues, anunciou a abertura de um inquérito para investigar as denúncias.
Silvio Almeida deixa o cargo após um ano e oito meses à frente do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, em um momento delicado para o terceiro governo de Lula. Almeida, que é advogado e escritor, tem 48 anos e é amplamente reconhecido no meio acadêmico como um dos maiores estudiosos sobre o racismo na sociedade brasileira. Autor de obras como “Racismo Estrutural” e “Sartre: Direito e Política”, ele era professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e da Universidade Presbiteriana Mackenzie antes de sua nomeação para o ministério.
“Diante das graves denúncias contra o ministro Silvio Almeida e depois de convocá-lo para uma conversa no Palácio do Planalto, no início da noite desta sexta-feira, 6, o presidente Lula decidiu pela demissão do titular da Pasta de Direitos Humanos e Cidadania. O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual. “, disse a presidência da República através de nota.