quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
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Injeção contra HIV oferece 100% de proteção às mulheres em estudo inovador

Este marco representa a primeira vez que um medicamento candidato à profilaxia pré-exposição (PrEP) alcança uma proteção total contra o vírus

Uma nova injeção antiviral mostrou-se 100% eficaz na prevenção do HIV em mulheres jovens, de acordo com os resultados de um ensaio clínico realizado na África. Este marco representa a primeira vez que um medicamento candidato à profilaxia pré-exposição (PrEP) alcança uma proteção total contra o vírus.

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Os ensaios clínicos, realizados na Uganda e na África do Sul, revelaram que as injeções de lenacapavir ofereceram melhor proteção contra a infecção por HIV do que os medicamentos de PrEP atualmente disponíveis. O estudo, chamado Purpose 1, incluiu cerca de 5.300 mulheres com idades entre 16 e 25 anos. Nenhuma das 2.134 voluntárias que receberam a injeção contraiu o HIV, enquanto 16 das 1.068 mulheres que tomaram um comprimido diário de Truvada e 39 das 2.136 mulheres que tomaram um comprimido diário de Descovy acabaram infectadas.

Os medicamentos de PrEP disponíveis atualmente são administrados em forma de comprimidos diários, como o Truvada e o Descovy. A adesão a esses medicamentos pode ser difícil, especialmente em áreas com acesso limitado a serviços de saúde e onde o estigma e a violência são prevalentes. A injeção de lenacapavir, aplicada apenas duas vezes por ano, representa uma alternativa promissora, especialmente para jovens mulheres, um grupo com altas taxas de novas infecções por HIV na África.

A farmacêutica Gilead Sciences, responsável pelo desenvolvimento do lenacapavir, anunciou os resultados do estudo na quinta-feira, 20 de junho de 2024. Embora os dados ainda não tenham sido submetidos a revisão por pares, a resposta da comunidade científica é otimista. Linda-Gail Bekker, pesquisadora que comentou os resultados ao The New York Times, expressou entusiasmo: “Depois de todos os nossos anos de tristeza, especialmente com vacinas, isso é realmente surreal”.

Lillian Mworeko, líder da Comunidade Internacional de Mulheres Vivendo com HIV na África Oriental, destacou a importância da injeção para mulheres que enfrentam desafios em manter a adesão aos medicamentos diários: “Para uma jovem que não pode ir a uma consulta em uma clínica na cidade, uma jovem que não pode guardar comprimidos sem enfrentar estigma ou violência, uma injeção apenas duas vezes por ano é a opção que poderia mantê-la livre do HIV”.

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Com base nos resultados promissores, um comitê independente recomendou que a Gilead Sciences disponibilizasse o lenacapavir a todos os participantes do estudo, incluindo os do grupo placebo, encerrando a fase de testes cegos.

Além do Purpose 1, outro braço do estudo está sendo conduzido em seis países, testando a eficácia do lenacapavir em uma população mais diversa, incluindo homens que fazem sexo com homens, pessoas transgênero e indivíduos que usam drogas injetáveis. Os resultados desses testes são aguardados para o final de 2024.

Se os resultados continuarem a ser positivos, o lenacapavir poderá revolucionar a prevenção do HIV, especialmente em populações vulneráveis e de difícil acesso. A introdução de uma injeção semestral oferece uma solução prática e eficaz, potencialmente transformando a luta contra o HIV em escala global.

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