São Paulo – A principal suspeita da vigilância epidemiológica é que Douglas Pereira Costa e Mariana Giordano tenham morrido de febre maculosa. O casal morreu na quinta (8/6). O piloto da Fórmula C300 e empresário estava internado em um hospital em Jundiaí, interior de SP. A dentista e biomédica faleceu na capital.
A Prefeitura de Jundiaí informou que o casal de namorados apresentava os mesmos sintomas: febre, dor no corpo, exantema (erupções na pele), evoluindo para um quadro mais grave. Amigos e familiares relataram que os dois estiveram recentemente em uma área rural de Campinas e também na cidade mineira de Monte Verde.
Amostras biológicas coletadas de Douglas e Mariana foram enviadas ao Instituto Adolpho Lutz nesta segunda-feira (12) para definição do diagnóstico. Outras possibilidades analisadas são dengue e leptospirose.
Segundo o Ministério da Saúde, a febre maculosa é uma doença infecciosa, febril aguda e pode variar desde as formas clínicas leves e atípicas até graves, com elevada taxa de letalidade.
De acordo com a pasta, este ano, até o momento, cinco pessoas morreram da doença em todo o país, todas na Região Sudeste: 3 em São Paulo, uma no Rio de Janeiro e outra em Minas Gerais. O número de casos registrados no país este ano é 48, sendo 25 no Sudeste. São Paulo tem sete ocorrências.
Transmissão
A febre maculosa é causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato. No Brasil, duas espécies de riquétsias estão associadas a quadros clínicos da febre maculosa.
A Rickettsia rickettsii, que leva ao quadro de febre maculosa brasileira (FMB), considerada a forma mais grave da doença, é registrada no norte do estado do Paraná e nos estados da Região Sudeste, como São Paulo.
A Rickettsia parkeri, que tem sido registrada em ambientes de Mata Atlântica (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Ceará), acarreta quadros clínicos menos graves.
No Brasil, os principais vetores são os carrapatos do gênero Amblyomma, tais como A. sculptum, conhecido como carrapato estrela, A. aureolatum e A. ovale. Entretanto, qualquer espécie do aracnídeo pode ter a bactéria causadora da febre maculosa, como por exemplo, o carrapato do cachorro.
Sintomas
Febre
Dor de cabeça intensa
Náuseas e vômitos
Diarreia e dor abdominal
Dor muscular constante
Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés
Gangrena nos dedos e orelhas
Paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando paragem respiratória
Além disso, com a evolução da febre maculosa é comum o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas que podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés
Diagnóstico
O diagnóstico da febre maculosa é muito difícil, principalmente durante os primeiros dias, tendo em vista que os sintomas também são parecidos com outras doenças, como leptospirose, dengue, hepatite viral, salmonelose, encefalite, malária, meningite, sarampo, lúpus e pneumonia.
No entanto, o médico fará avaliação dos sintomas e perguntará onde você mora ou se esteve em locais de mata, florestas, fazendas, trilhas ecológicas, onde possa ter sido picado por um carrapato. Ele também poderá solicitar uma série de exames para confirmar ou contribuir com o diagnóstico.
Tratamento
O tratamento é essencial para evitar formas mais graves da doença e até mesmo a morte da pessoa. Assim que surgirem os primeiros sintomas, é importante procurar uma unidade de saúde para avaliação médica.
O tratamento é feito com antibiótico específico. Em determinados casos, pode ser necessária a internação da pessoa. A medicação é empregada por um período de sete dias, devendo ser mantida por três dias, após o término da febre.
A falta ou demora no tratamento da febre maculosa pode agravar o caso podendo levar ao óbito.