Uma ação da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) de Rondônia, que determinou uma intervenção administrativa no presídio Cone Sul, em Vilhena, pode decretar o fim de um projeto de ressocialização que é elogiado por toda a população, já que garante a mão de obra de apenados em vários serviços prestados ao poder público.
Apoiado pelo Judiciário e pelo Ministério Público, o projeto “Semear e Ressocializar” já foi tema de várias reportagens publicadas pelo jornal. A iniciativa garante o trabalho externo dos apenados, que saem do presídio e ficam sob a vigilância de policiais penais.
Além dos trabalhos em vias públicas, os participantes do projeto atuam também na limpeza e reforma de unidades de saúde, escolas e outros prédios públicos. Ao comentar a atuação dos detentos, os leitores demonstram apoio maciço à oportunidade dada a eles, que correspondem e raramente se envolvem em problemas (ENTENDA AQUI).
Desde o dia 10 deste mês, quando começou a investigação da Sejus no complexo penal local, com a participação inclusive da corregedoria da Pasta, os detentos se queixam de estarem sofrendo opressão e muitos já cogitam deixar o projeto. Policiais penais também temem ser punidos, embora nenhuma ilegalidade esteja sendo cometida, segundo eles.
Desde que a intervenção começou, ao voltarem das atividades externas, os presos que saem para trabalhar passam por uma revista que, segundo eles, é “vexatória”, pois são obrigados a ficar pelados e andar de cócoras. Eles estão sendo tratados exatamente como os apenados perigosos, que permanecem na carceragem.
A justificativa dada pela Sejus é que o órgão teria recebido várias denúncias de condutas ilegais de presos e dos “guardas” que os vigiam. Também haveria o risco de eles retornarem para o presídio levando drogas e armas.
Ocorre que o próprio projeto já prevê a revista dos detentos/trabalhadores no retorno para a o presídio ao fim do dia. E eles são checados, mas em abordagens humanizadas, e nenhum objeto ilegal entra na unidade.
Antes de serem aceitos no projeto, os apenados passam por uma seleção. A escolha é feita por uma comissão, que avalia o perfil e o comportamento de cada um.
Entusiasta da ação social, o prefeito Delegado Flori (Podemos) tem se mobilizado a fim de não deixar que a ação da Sejus desestimule os apenados, que prestam importantes contribuições ao município, através das obras que executam.
O site está à disposição da Sejus e do Governo de Rondônia para eventuais esclarecimentos sobre a situação.
Acho certíssimo isso. Tem que revistar mesmo.