Com a recente morte de Genivaldo de Jesus Santos, usuários passaram a repercutir nas redes sociais vídeo com trechos de uma aula de curso preparatório para ingresso na Polícia Rodoviária Federal (PRF), em que um dos professores ensina os alunos a utilizarem gás lacrimogênio em viaturas para conter suspeitos presos e algemados. Foi desta forma que agentes da PRF provocaram a morte de Genivaldo.
A gravação, que ainda não se sabe quando ocorreu, é atribuída ao professor Ronaldo Bandeira, que é policial rodoviário e leciona o curso preparatório AlfaCon. No vídeo, o docente descreve episódio testemunhado por ele, envolvendo preso que tentava chutar o vidro da viatura da PRF para sair.
“O que o policial faz? Abre um pouquinho, pega o spray de pimenta e taca. Foda-se, é bom pra caralho, a pessoa fica mansinha”, ironiza o professor, rindo da situação. “Daqui a pouco escuto assim: ‘Vou morrer, vou morrer’. Aí fiquei com pena, abri e disse: ‘Tortura’. Sacanagem, fiz isso não”, prossegue o professor.
O Metrópoles procurou a AlfaCon para comentar o conteúdo do vídeo pelo canal de atendimento do curso. No entanto, não havia obtido retorno até a última atualização desta reportagem. O espaço permanece aberto.
Polêmicas
O AlfaCon, de Cascavel-PR, é o mesmo centro de ensino em que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse que “se quiser fechar o STF, sabe o que você faz? Você não manda nem um jipe, manda um soldado e um cabo” enquanto ministrava aula em 9 de julho de 2018.
Em 2020, o curso divulgou vídeo gravado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) incentivando estudantes do centro preparatório a estudarem para concurso da Polícia Federal. A propaganda feita pelo presidente foi divulgada no perfil do fundador da escola, Evandro Guedes, no Instagram.
Na oportunidade, Guedes alegou que o vídeo feito por Bolsonaro é de antes das eleições de 2018 e que “nunca fez um negócio sequer com nenhum tipo de governo”.