O ex-deputado estadual e atual presidente da Associação em Defesa dos Direitos e Garantias do Povo de Rondônia (ADORO), Jesuíno Boabaid, vem a público repudiar a fala do deputado estadual Geraldo da Rondônia (PSC), que no último final de semana incitou a população a incendiar veículos da Sedam e do Ibama.
A fala do parlamentar ocorreu durante realização de audiência pública no Distrito de Jacinópolis. Bastante exaltado, Geraldo da Rondônia comentou sobre as fiscalizações dos órgãos na região e incitou os moradores a incendiarem as caminhonetas da Sedam e do Ibama.
“Vamos combinar uma coisa? Quando vier (Ibama e Sedam), você usa meu nome, me liga, que meu telefone vai ficar ali, depois, com meu filho. Me liga que eu vou ajudar vocês a botar fogo na caminhoneta deles, antes de eles colocarem fogo nos caminhões de vocês, no trator de vocês, na casa de vocês”.
Na continuação de sua fala, o deputado salientou as dezenas de processos que possui e, em tom de deboche, disse que podem lhe processar, ressaltando mais uma vez a ação para incendiar os veículos de fiscalização.
“Eu tenho 50 processos, um a mais, um a menos, 10, podem vir quantos processor forem possíveis, mas não vou deixar vocês na mão… Manda me processar, vamos botar fogo nos caminhões, nos carros deles”, esbravejou o deputado.
Jesuíno Boabaid destacou que, por ser um deputado em pleno exercício do mandado, Geraldo não deveria ter tais atitudes, pois as consequências de suas incitações poderiam causar diversos problemas.
Boabaid destacou ainda o caso do deputado federal Daniel Silveira, que foi condenado a oito anos e nove meses pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A prisão foi determinada após o deputado publicar vídeo criticando os ministros do STF.
“Um deputado federal foi condenado, como é que Geraldo pode ficar impune?”, disse Jesuíno.
“Nesta terça-feira (3) protocolei no Ministério Público Federal e Estadual, representações contra o deputado estadual Geraldo da Rondônia, as quais solicitamos a análise de prisão e abertura de processo contra o parlamentar. Não é admissível que este sujeito continue a praticar tais abusos e continue a margem da lei”, finalizou Jesuíno Boabaid.
