Após ser atacado com uma foice na cabeça, na noite de terça-feira (18/1), em Sobradinho, Elcimar de Oliveira Barreiros, 56 anos, pode dizer que nasceu de novo. A vítima estava desprevenida quando foi atacada. Ele caiu desacordado, tamanha a violência dos golpes, e foi socorrido imediatamente.
Elcimar chegou a ser internado no Hospital de Base por causa da gravidade das lesões, mas recebeu alta e ficará sob cuidados de familiares pelos próximos 45 dias.
Ainda com dificuldades para comer, e sem falar direito, Elcimar deu entrevista ao Metrópoles via aplicativo de mensagens. Ele contou um pouco sobre o processo de recuperação. “Não posso falar, pois estou com os dentes presos. Quebrei o maxilar”, informou.
Apesar de tudo, Elcimar diz se sentir bem: “Só umas dores que me incomodam”, revela. Questionado sobre o sentimento deste momento, a vítima diz sentir que mudanças concepções. “Passei a acreditar em milagres”.
Autor preso
O acusado da tentativa de homicídio, José Carlos Leite, foi preso pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) na tarde dessa quinta-feira (20/1). Além do suspeito, a foice utilizada na tentativa do crime também foi apreendida.
Um PM de folga descobriu o paradeiro de José e informou a equipe operacional da área de Sobradinho, que efetuou a prisão.
Durante o depoimento, na 13ª DP (Sobradinho), o acusado disse que conhece o Elcimar há cerca de 20 anos e tinha desavenças antigas com ele por conta de dívidas com um lote e ofensas.
“Ele alega que a vítima dizia que iria matá-lo e onde o via colocava a língua para fora. No dia do bar, José disse que estava bebendo e o Elcimar apareceu e repetiu o gesto. Ele se descontrolou, foi no carro e pegou a foice”, narra o delegado Hudson Maldonado.
José revelou que andava com o instrumento no automóvel, pois costumava ganhar algum dinheiro roçando mato em chácaras. Mas, que decidiu atacar o outro homem “para pôr fim as perseguições que sofria”.
“Mas apenas esse tipo de narrativa dele não foi capaz de descrever nenhuma motivação a mais a respeito do crime. Algo que na polícia nunca foi demonstrado, pois José nunca registrou ocorrência contra Elcimar. A narrativa do agressor é típica de quem padece de algum delírio ou mania de perseguição “, esclarece Maldonado.